A expressão rockabilly significa rock + hillbilly (música country de raíz), ou seja, tocado por caipiras. (…) Uma banda de rockabilly contém, geralmente, uma guitarra, um baixo acústico e uma bateria. Algumas vezes é tocado sem bateria, do mesmo modo que Elvis iniciou sua carreira com Scotty Moore na guitarra e Bill Black no baixo. É claro que, com o tempo, foram adicionados outros instrumentos para incorporar ao som, mas o rockabilly clássico vem dessa formação. Em alguns casos, o baterista toca em pé, conhecido por stand up drummer.
Logo depois de Elvis, apareceram outros artistas que faziam rockabilly: Eddie Cochran, Gene Vincent, Wanda Jackson (primeira mulher a liderar uma banda de rock da história), Carl Perkins, Buddy Holly… para citar alguns que são lendas na história do rock e venerados até hoje. Em seguida, a expressão rockabilly, que foi o primeiro subgênero do rock, começou a ser usada como sinônimo de rock ‘n roll, assim como os artistas que gravaram rockabilly também gravaram rock ‘n roll. Uma dica para conferir a diferença que há entre os sons é ouvir Johnny B. Goode, um rock ‘n roll famoso de Chuck Berry, e Double Talkin’ Baby, rockabilly frenético de Gene Vincent. (…)
No Brasil, já no período de 1955-1956, começam a aparecer os primeiros rockers. Na história da música brasileira, o primeiro rock and roll gravado foi Ronda das Horas, por Nora Ney, uma versão de Rock Around The Clock, de Bill Halleu and His Comets. Há poucos registros daquela época, principalmente porque a informação que chegava do exterior era precária e pelo fato de que nossos artistas que gravaram os primeiros rocks não eram roqueiros, mas a rebeldia da juventude americana encontrou muitos adeptos no Brasil, plantando algumas sementes que no futuro gerariam bons frutos.
Trechos retirados do livro Rockabilly Brasil (2015), de Eduardo Molinar, colunista do Universo Retrô.