O Gojira confirmou que está trabalhando em um novo álbum previsto para 2026, o primeiro LP completo desde Fortitude (2021). A notícia foi confirmada por Mario Duplantier em entrevista ao Bloodstock TV, onde o baterista explicou que a banda optou por não apressar o processo criativo e quis garantir que o material fosse “forte o suficiente” antes do lançamento.
O que Mario disse
“Levou muito tempo. Precisávamos desse tempo, eu acho, só para garantir que estávamos todos na mesma página, para garantir que o que o Gojira está trazendo a seguir seja forte o suficiente. Além disso, não temos tanta pressão. Não somos mais uma banda jovem…” — Mario Duplantier.
Mario reafirma algo que a banda vem mostrando nos últimos anos: prefere qualidade e coerência artística a lançar por lançar. Essa postura explica também a distância entre os álbuns e a atenção ao detalhe que marca os trabalhos do quarteto.
Turnê & shows (o que já está confirmado)
Além do trabalho de estúdio, o Gojira tem datas importantes no calendário: turnê canadense como banda de apoio ao Korn em setembro, show em Madison (WI) no dia 23 de setembro e participação no festival Aftershock (Sacramento) em 4 de outubro — datas que reforçam a estratégia de manter presença intensa nos palcos antes do ciclo do novo disco.
Contextualizando o Gojira
Em 2024 o Gojira fez história ao levar metal para a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris com “Mea Culpa (Ah! Ça ira!)”, performance que repercutiu mundialmente e catapultou a banda para um novo patamar de exposição. Esse efeito pode ajudar a impulsionar o próximo álbum — mas a banda insiste em preservar o tempo criativo necessário.
Gojira é uma força do metal moderno que nasceu em Ondres, no sudoeste da França, em 1996 (iniciaram como Godzilla e adotaram o nome Gojira em 2001). Composta por Joe Duplantier (vocais e guitarra), Mario Duplantier (bateria), Christian Andreu (guitarra) e Jean-Michel Labadie (baixo), a formação praticamente inalterada ao longo das décadas consolidou um som reconhecível: riffs técnicos e pesados, grooves precisos, atmosferas pós-metal e arranjos com pegada progressiva, tudo sustentado por letras que transitam entre preocupações ambientais, espirituais e existenciais. Além da potência sonora, o Gojira sempre se destacou pela coerência artística — Joe participa ativamente do aspecto visual da banda, inclusive na concepção das artes de álbuns como Fortitude, o que reforça a identidade integral do grupo entre imagem e som.
Entre as curiosidades que marcam a trajetória do quarteto, a própria escolha do nome remete a uma ambivalência interessante: Gojira é, na pronúncia japonesa, Godzilla — símbolo de força — mas a banda rapidamente direcionou sua voz para causas ambientais e engajamento social, transformando sua potência sonora em plataforma de ativismo. Um exemplo prático foi o single “Amazonia”, que ultrapassou os limites da música ao integrar ações de arrecadação em favor de comunidades e organizações da Amazônia, ganhando repercussão internacional. Em 2024, a banda alcançou um novo patamar de exposição ao apresentar “Mea Culpa (Ah! Ça ira!)” na cerimônia de abertura das Olimpíadas em Paris — um marco que mostrou que o metal do Gojira dialoga hoje com palcos e públicos de escala global. No centro dessas histórias está Mario Duplantier, cujo trabalho na bateria já o colocou entre os nomes mais comentados do instrumento no metal contemporâneo; suas observações sobre o processo criativo — incluindo a decisão de não apressar o novo disco — reverberam pela comunidade como um sinal de maturidade artística.
O que esperar do próximo álbum? Pelos caminhos já trilhados, é razoável antever riffs massivos com acabamento progressivo, produção cuidadosamente lapidada (com forte participação criativa de Joe e equipe próxima) e letras maduras que retomem temas de responsabilidade ambiental e experiência humana. Há espaço também para expansões sonoras — texturas ambiênciais, eventuais arranjos orquestrais e estruturas que equilibrem agressividade e melodia — tudo pensado para que o conjunto seja, nas palavras da banda, “forte o suficiente”. Para fãs e novos ouvintes, o próximo LP promete ser a continuidade natural de uma trajetória que alia peso, técnica e propósito — um lançamento capaz de reafirmar o Gojira tanto como potência de palco quanto como voz relevante nas discussões culturais e ambientais atuais.