No dia 12 de setembro de 1975 foi lançado Wish You Were Here, o nono álbum de estúdio do Pink Floyd — um trabalho que se tornou referência absoluta sobre ausência, nostalgia e a crítica ao mundo da música. Em 2025 celebramos os 50 anos desse disco que é, ao mesmo tempo, introspectivo e monumental.
Gravado num período de transição emocional para o grupo, Wish You Were Here nasceu fortemente marcado pela ausência de Syd Barrett, fundador do grupo e amigo íntimo dos integrantes, cuja degradação mental e afastamento foram a faísca criativa do álbum. A suíte instrumental/poética “Shine On You Crazy Diamond”, dividida em partes que abrem e fecham o disco, é um tributo explícito a Barrett — uma mistura de melancolia, admiração e luto musical. Em faixas como “Welcome to the Machine” e “Have a Cigar”, o Pink Floyd ataca com ironia e frieza a indústria fonográfica, expondo a mecanização e o cinismo por trás dos bastidores do sucesso. O tema-título “Wish You Were Here” traz a face mais humana e sentida do álbum: uma canção simples na forma, porém profunda no sentimento de perda e saudade.
A formação que gravou o disco contava com os quatro membros clássicos do período áureo do grupo: David Gilmour (guitarras e voz), Roger Waters (baixo e voz, principal letrista), Richard Wright (teclados) e Nick Mason (bateria). Como curiosidade de gravação, a faixa Have a Cigar recebeu a participação especial do cantor Roy Harper, que fez a voz principal na versão final — a banda optou por convidá-lo após não se satisfazer com a interpretação nas demais tentativas. O trabalho de produção e arranjo manteve a assinatura sonora do Pink Floyd: texturas atmosféricas, uso criativo de efeitos eletrônicos e arranjos orquestrais sutis que servem sempre à narrativa emocional.
Além do aspecto musical, Wish You Were Here ganhou também uma das capas mais icônicas do selo Hipgnosis: a imagem de dois homens de terno apertando as mãos — um deles em chamas — é um comentário visual sobre a farsa das relações sociais e os “negócios” do show business. A estética do álbum ecoa perfeitamente o conteúdo lírico: brilho e espetáculo por fora; vazio e queima por dentro.
Com 50 anos de vida, Wish You Were Here segue sendo reeditado, remasterizado e estudado por novas gerações — prova inconteste de que a arte do Pink Floyd atravessa décadas. Sobre a atividade da banda: o Pink Floyd, como formação original, não está em atividade regular — Richard Wright faleceu em 2008, e o grupo encerrou apresentações com seus membros originais há muitos anos; contudo, a obra permanece viva através de reedições, documentários, homenagens e das carreiras solo de seus integrantes. O legado do álbum, sua força emocional e sua crítica afiada continuam ecoando na programação de rádios, playlists e palcos ao redor do mundo.
Na SSROCK vamos celebrar essa data com especiais, blocos temáticos e homenagens — porque Wish You Were Here é daquelas obras que, passados 50 anos, ainda encontra novas maneiras de tocar a plateia.
