Paul Daniel “Ace” Frehley, o icônico guitarrista conhecido como Spaceman, morreu em 16 de outubro de 2025, aos 74 anos, em Morristown (NJ). Segundo familiares e reportagens, a morte foi consequência de complicações de uma hemorragia cerebral desencadeada por uma queda em seu estúdio no fim de setembro — ele chegou a ser hospitalizado e colocado em suporte de vida antes de falecer cercado por entes queridos.
Ace nasceu no Bronx (NY) em 1951 e entrou para a história do rock ao juntar-se ao que viria a se tornar o Kiss. Ele foi cofundador do grupo em 1973, respondendo a anúncios e audições ao lado de Paul Stanley, Gene Simmons e Peter Criss. Rapidamente ele ajudou a moldar não só o som, mas a estética da banda, criando a persona “Spaceman”, participando do desenho do logo e levando ao palco riffs e solos que se tornaram marca registrada do Kiss. Além disso, sua técnica e timbre foram responsáveis por muitos dos momentos instrumentais que definiram a banda nos anos 70.
Ao longo da carreira com o Kiss, Ace viveu fases de estreita colaboração e de atritos internos. Problemas pessoais e criativos levaram à sua saída em 1982; a partir daí Frehley investiu numa carreira solo, primeiro com o muito bem-sucedido álbum Ace Frehley (1978), cujo destaque comercial foi a versão de “New York Groove”, e depois com a sua banda Frehley’s Comet e demais trabalhos solo que o mantiveram na ativa por décadas. Ele também retornou ao Kiss para uma reunião de grande sucesso nos anos 1990 (reunião que trouxe a formação clássica de volta aos palcos) e participou de temporadas e registros posteriores até sair novamente no início dos anos 2000.
A contribuição de Ace
“Shock Me” (1977 — Love Gun) — música escrita por Ace e que marcou sua estreia como vocalista no Kiss. A letra e a música foram inspiradas por um incidente real em que ele levou um choque durante um show; o solo de guitarra da faixa é frequentemente apontado como um dos grandes momentos da discografia do grupo e figura em listas de melhores solos. Essa canção consolidou Ace também como compositor e cantor dentro da banda.
“Cold Gin” (1974 — Kiss) — escrita por Ace Frehley nos primeiros anos do Kiss, “Cold Gin” tornou-se rapidamente um clássico do repertório ao vivo da banda. Embora Gene Simmons tenha assumido os vocais na gravação original (Ace ainda não se sentia à vontade para cantar naquela época), a autoria e o riff pesado são creditados a Frehley e o espaço para solos ao vivo frequentemente serviu para mostrar sua assinatura instrumental.
“Rocket Ride” (1977/78 — Alive II) — coescrita por Ace e Sean Delaney e lançada como um dos singles do Alive II, “Rocket Ride” é uma demonstração clara da persona espacial de Ace: ele canta a faixa, contribuiu fortemente para o riff e a direção sonora, e a música se tornou um destaque da sua obra dentro do Kiss, mostrando tanto o lado mais direto do seu riffing quanto sua presença vocal.
Retrospecto da carreira solo e seu legado
Após a primeira saída do Kiss, Ace não apenas manteve uma carreira solo consistente, mas também consolidou um corpo de trabalho que influenciou guitarristas de gerações seguintes. Seu álbum solo de 1978 foi o mais bem sucedido entre os discos solo dos integrantes do Kiss naquele ano, e singles como “New York Groove” ampliaram sua visibilidade nas rádios. Frehley manteve ao longo da vida uma identidade musical reconhecível — riffs diretos, timbre Les Paul saturado, uso de efeitos e um senso melódico que equilibrava técnica com atitude — traços que explicam por que tantos músicos citavam sua influência.
As informações oficiais divulgadas indicam que Ace sofreu uma queda em seu estúdio no fim de setembro de 2025, que causou um sangramento intracraniano. Depois da internação e de um período em estado grave, familiares e fontes noticiaram que ele foi mantido em suporte de vida e, diante da falta de melhora, a família optou por desligar o suporte — ele veio a falecer em 16 de outubro de 2025. A notícia foi confirmada por veículos de grande circulação e pela própria família em comunicados.
Ace Frehley deixa um legado imenso: como arquiteto de riffs do Kiss, como intérprete de momentos-chave da banda e como artista solo que mostrou que podia brilhar por conta própria. Para a comunidade do rock — e para nós na SSROCK — sua música e sua figura sempre serão trilha sonora.
